11 de março de 2014

Sul e leste.

Eu andava pelas ruas de uma cidade deserta
E nos outdoors, ainda assim,
mesmo assim, desse jeito bem assim
Eu ainda via seu rosto em outras faces

Eu costumava fechar os olhos
E sonhar com você
Mesmo que não fosse você
Era você
De alguma forma ou de outra
As vezes nem do sonho eu lembrava, mas sabia que tinha te visto

Eu tinha o hábito de imaginar um mundo paralelo
Onde lá, seria só nós dois
Vagando no silêncio
A distância não existia, a saudade era piada
O choro, vinha do riso
Mas não era real, por isso eu acordava,
por isso

Quero te dizer, amor meu
A gente pega na mão um do outro
Se finge de louco
E encara o bobo do destino
A gente passa a rir de qualquer coisa,
só pra passar a dor
Podemos também fazer que nem agora
Uma carta aqui, outra ali
Deixa rolar, e vê no que dá
Eu luto, brigo
Bato o pé, insisto
Mas tem que ser por você
E tem que ser você por mim

Depois de tanto tempo, vai lá!
Me busca na rodoviária, que a viagem foi longa
O caminho foi doloroso
E ainda to de pé, tentando
Procurando uma maneira de fazer que
Sul e leste, se encontrem
Se amem
Se reencontrem

Sinto muito por falar muito de amor
Numa carta e outra
Te provo que sou pra valer
Abro um tempo extra pra ti na agenda, e corro pra te ver
Já não é o que estou fazendo?

Vem me abraçar, vem entender
Vem verificar que sou de verdade
Que to aqui
E que tão cedo não volto
Pra cidade vazia
Onde eu te via, em todos os rostos.

Quero deitar contigo, contar os anos que estão por vir
Decifrar as andorinhas que voam em cima de nossas cabeças
Faço o céu da cor de seus lábios
Assim... quando minhas ilusões de ótica voltarem
Eu olho pra cima, e lembro que dessa vez
E das próximas
O mundo paralelo do qual eu falava
É dispensável

Sabe, na verdade
Não é loucura minha admitir que te vejo, quando me olho no espelho
Até porque
O mundo inteiro sabe
Que tem um pedaço de ti em mim
Que eu só devolvo
Em troca de outro.

Tema sugerido por: Isabella Cristina <3

Nenhum comentário:

Postar um comentário