18 de novembro de 2014

Borboleta!






Borboleta quer voar
Sair fora
Conquistar o mundo
Decorar nomes e rostos
Amizades e amores

Borboleta quer voar
porque já não aguenta mais
estar presa em seu próprio casulo
Por que a borboleta? Ela quer voar.

Borboleta quer viajar
Conhecer os caminhos
as flores
as cores
as pessoas
as cores das pessoas

Borboleta quer se aventurar
Fraturar algo, chorar as vezes
Sorrir mais

Borboleta quer voar
Evoluir
Se desprender
Crescer
Sair da sua vida acomodada
pacata
sensata
sem sal.

Borboleta quer voar
Conhecer os sete mares
A África
O medo
A fome
Os estranhos

Quer ser estrangeira
turista
passageira
lembrança
Quer deixar sua marca
Ir além do céu
do horizonte
Rodar os 360° mundanos

Quer ser própria
Namorar um ruivo qualquer
Fazer uma tatuagem
e mais outra
e sumir dali.

Por que a borboleta? Ela quer voar!
Nasceu pra isso
Não pra ser empalhada
Abandonada em um museu.

Melhor que estudar História
É faze-la
Se jogar no mundo
levar uns tapas na cara

Da borboleta cuido eu
Que sou eu
Eu
Ou
E
Não somente

Borboleta se liberte
Cresça
Aconteça
Vai colorir
Borboleta
Vai
Voar.

28 de outubro de 2014

A Outra.

De um extremo ao outro
Nos machucamos, nos prendemos
Nos limitamos
Agora sou só eu...
         ...procurando suas pegadas

Talvez o caminho sem você doa mais
Então que seja assim:
Que doa a quem doer
Que corte o que tem que cortar
Que leve o que nunca foi fixo
Assim como eu e você.

Tão cheio de si
Jamais pensou que isso lhe ocorresse
A casa caiu
O jogo virou
O feitiço, voltou

Guarde minhas palavras
Pois em breve
Meu cheiro desaparecerá
Minha imagem será alucinação
Meu café, saudade

Nossa luta, constante
Nosso beijo, pré histórico
"Eu e Você", filme fictício
Eu ruína
Você solidão
Tipo faroeste
A saudade vai ser ar
E nós dois
Saudade.

Eu fui a outra
A reserva
O teu segredo
Brinquedo
Troféu
Objeto
Abandonada na estante
Com mil e uma bugigangas
Saímos do script

Eu estou fora de cena
Fui teu último ato
Te trato feito rato
Vim, sumi, voltei
Pra te exterminar
Aterrorizar
Pôr você, e sua vida acomodada
Em perigo, na mira da espingarda

Logo após
Te escondo, enterro
Dentro de mim
Uma vez por ano te visito
Deixo meu perfume
Te minto
Te amo
Te mato
Te pinto
Te eternizo
Em mim.




29 de junho de 2014

O cansaço desta história!

Eu ando cansada de viver as mesmas coisas, todos os dias. Como se não houvesse nada além do planejado, para amanhã. Eu ando cansada de ter que esperar as pessoas chegarem, e de ter de chorar por saber que logo, elas retornam, não que chorar seja obrigatório, é um ato incontrolável que me torna em pequenos pedaços de vidro, onde ninguém mais, vê utilidade.
Eu ando cansada de viver algumas coisas, de ter que me explicar a cada passo que eu dê. Ando cansada da saudade, do amor contido, reprimido e guardado a sete chaves. Ando cansada de ainda acreditar que vivo ou que vivi lembranças, que jamais sairam do meu pensamento.
Ando cansada, de você, de mim, da geografia e da matemática, mas em hipótese alguma da história, do grupo, dos lugares, dos risos e tempos perdidos.
Eu ando cansada do cansaço, da falta de motivação, falta da companhia, dos bons momentos e das cicatrizes.
Falta do sabor, do sabor dos cheiros, dos beijos, e dos correios, dos aviões trazendo algo ou alguém de bom, se passando por estrelas cadentes.
Mas, mais que tudo isso, sinto falta da insanidade de não precisar sentir falta de nada, por saber que talvez, alguém precisasse sentir falta dessas coisas, mais que eu...
...mais que eu, que vivo a procura de algo, temendo não estar pronta, mesmo sem saber o que.

31 de maio de 2014

Corra.


Corra de quase tudo, se conseguir
Do estres
Da saudade
De mim
Do seu ego
Das coisas que lhe causam medo, 
das que te fazem correr

Corra das segundas
Mas não corra nas estradas
Nem do amor, muito menos...das cartas
Das que te dizem o quão falido você está
E das que se importam com você
Como esta.

Corra das coisas que te deixam irado
Corra das aulas, vez ou outra
Não corra das piadas
Da chuva
Do sol.
Absorva todas as informações
E as transforme em lembranças

E num dia qualquer, escreva sobre tais
Mas não perca tempo anotando coisas, que deviam estar sendo
Apenas
E, unicamente
Vividas

Encontre um bom amigo, ou uma boa pessoa
Pra te colorir
Pra te chamar
Pra te amar
Escolha alguém que corra por algo em comum que você
Mas não só por isso
Escolha alguém que corra qualquer coisa, com e por você
E faça o mesmo com o mesmo

Só não corra contra o relógio
Ele é mais veloz 
Ele sou eu.

Sou o tempo
Sou a vida
Te ensinando em anônimo
Que correr, é aproveitar
De tudo, um pouco.






7 de maio de 2014

Um ano!

O primeiro ano, de qualquer coisa
É sempre o mais importante
E nesse caso, é mais que importante
Faz um ano, que me tornei a pessoa mais amada
Um ano, sendo apenas
Tia.

Um ano, de muito amor
Muita distância
Muita saudade
Muita ansiedade
Muito choro
Muitos sorrisos
Muita vida
Um ano, de puro Davi

Um ano tentando ser uma pessoa melhor
Pra algum dia, ser exemplo
Um ano vivendo por outra pessoa
Dedicando meu tempo livre
Imaginando o futuro
E caindo na real, que se tudo dar errado
Na verdade, vai estar tudo certo
Pelo simples fato, de uma criatura minúscula
Existir.

E por "existir"
Resumo todas as coisas
Como o primeiro sorriso
O primeiro tchau
O primeiro abraço
As primeiras brincadeiras
Os primeiros dentes
E acho que esse sim, e não me restam mais dúvidas
De que esse sim
Além de ser o primeiro ano
É o meu
Primeiro amor!

29 de abril de 2014

De um tempo pra cá. (Parte II)

De um tempo pra cá
Sou toda a saudade
Sou todo o amor, corrompido
Eu posso ser você
De uma forma, que “eu e você“
Se tornaria nós

Eu tenho visto as pessoas irem
e virem
Por isso, a dor tem se tornado menor
O choro, menos frequente
E o tempo, aproveitado

De um tempo pra cá
Eu percebi, que já faz quase um ano
E que não me restou quase nada,
além de me conformar
E aprender a lidar com a situação

Então caso alguma coisa
De um tempo pra cá
Tenha te tirado a razão
Saber o quanto você é bom
É mais do que essencialmente, importante
Nada é tão difícil.

Seja você mesmo, em tempos como estes.

6 de abril de 2014

Chuva de papel.

Chuva de papel, que leva de mim
Todas as palavras escondidas
As ditas, as não ditas, as pensadas.

Chuva de papel
Que por cada pedacinho de folha
Leva algum código
Daqueles do tipo: Me encontre em tal lugar, em tal hora

Chuva de papel
Que une pessoas distintas
E que faz amar
Que faz viver
Que por si só
Se faz poesia
Se faz pedaço de mim
Pedaço de quem amo
De quem vive perto,
e de quem estou indo reencontrar

Pra sorrir um pouco por lá
pra pôr a cabeça no lugar
Num lugar pra relaxar
Onde a noite, essa chuva de papel se transforma...em tempestade
Que me lava por inteira
Em furacão
Que carrega tudo o que vê pela frente
Mas logo após
Se revela garoa
Mansa, que nem eu, moça
Boba, doida pra encontrar algo e dizer: Me encontre, já!

Ah, chuva de papel!
Entregue todas as minhas cartas
Me facilite a escrita
Pois essas simples palavras, nestes simples versos
Não vão declarar meu encanto por essas rodovias
Então me leve pro lugar mais
próximo daqui
Onde eu possa parar, e pensar
Que sou só eu, e minha chuva de papel.